27.2.10

Promessa Concreta, 2009

datilografia sobre papel vegetal e livro
40 x 50cm
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Neste trabalho, datilografei num papel vegetal uma carta fictícia que o Presidente Lula teria escrito para mim em 1980. Nela, ele prometia que jamais iria decepcionar-me, política e eticamente, enquanto seu futuro eleitor.
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Para assinar a carta de modo fictício, usei uma edição do livro Sobre o PT, lançado em 1980, que contem uma dedicatória assinada do então futuro presidente. Sobrepus a carta e o livro, de modo que é possível lê-la e, pela transparência do papel vegetal, ler também a dedicatória. No lugar da assinatura da carta, cortei um retângulo no papel vegetal para que a assinatura do futuro presidente, na dedicatória, "assine" também a carta fictícia.
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É um trabalho sobre a utopia e sua inevitável quebra, seja para mim, enquanto um eleitor, seja para o presidente, enquanto um "revolucionário" que, chegando ao poder, readequa sua antiga utopia.
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O título, Promessa Concreta, também é uma referência ao concretismo (e todos os neos) que fez parte da utopia e da promessa brasileira, e ao fato do livro Sobre o PT também ter sido escrito por Mario Pedrosa (um dos fundadores do partido). Sua assinatura também pode ser vista no livro,  bem abaixo da assinatura do futuro presidente Lula, sob o papel vegetal. 
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Para ler a carta, basta clicar sobre a imagem acima e ela aumentará. Nela, está escrito:

Declaração

Eu, Luis Inácio da Silva, o Lula, juro que nunca irei decepcionar, ética e politicamente, o meu futuro eleitor, Fabio dos Santos Morais, hoje com quase cinco anos de idade.

Porém, não posso jurar por Deus.

Cordialmente,
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