6.2.17

Brasília, 2016

impressão com tinta pigmentada mineral sobre papel Hahnemühle Photo Rag 188 gr colada sobre placa de acrílico preto
100 x 100 cm (cada - díptico)
edição de 3 + p.a. 



Em duas placas de acrílico preto de um metro quadrado cada, foram coladas reproduções do selo do LP Brasília, Sinfonia da Alvorada, lançado em 1961, ano da inauguração da capital. Com poesia de Vinícius de Morais e música e regência da orquestra sinfônica por Antônio Carlos Jobim, a sinfonia é dividida em I – O Planalto Deserto, II – O Homem, III – A Chegada dos Candangos, IV – O Trabalho e a Construção e V – Coral. Seu ufanismo sonoro soa menos interessante que a leitura dos títulos das partes que dividem a sinfonia e resumem em si certa narrativa otimista para a nova capital. É estranho que a capital símbolo do Brasil moderno tenha recorrido a uma sinfonia, assim como o fato de que dois músicos da bossa nova, marco da moderna música popular brasileira, e ainda a serviço do presidente bossa nova Juscelino Kubitschek, tenham composto uma sinfonia. A partir desta estranheza, a concepção do trabalho alude a um LP de uso decorativo, impossibilitado pelo tamanho e formato quadrado das placas de acrílico preto, a ser usado como pingente da arquitetura, como são muitas obras de arte que fazem parte da concepção arquitetônica de Brasília.

Abaixo, imagem da obra na exposição Escritexpográfica, janeiro-fevereiro de 2017, Galeria Vermelho, São Paulo.