impressão com tinta pigmentada mineral sobre papel Hahnemühle Photo Rag 188 gr colada sobre placa de acrílico preto
100 x 100 cm (cada - díptico)
edição de 3 + p.a.
Em
duas placas de acrílico preto de um metro quadrado cada, foram coladas
reproduções do selo do LP Brasília, Sinfonia da Alvorada, lançado em 1961, ano
da inauguração da capital. Com poesia de Vinícius de Morais e música e regência
da orquestra sinfônica por Antônio Carlos Jobim, a sinfonia é dividida em I – O
Planalto Deserto, II – O Homem, III – A Chegada dos Candangos, IV – O Trabalho
e a Construção e V – Coral. Seu ufanismo sonoro soa menos interessante que a
leitura dos títulos das partes que dividem a sinfonia e resumem em si certa
narrativa otimista para a nova capital. É estranho que a capital símbolo do
Brasil moderno tenha recorrido a uma sinfonia, assim como o fato de que dois
músicos da bossa nova, marco da moderna música popular brasileira, e ainda a
serviço do presidente bossa nova Juscelino Kubitschek, tenham composto uma
sinfonia. A partir desta estranheza, a concepção do trabalho alude a um LP de
uso decorativo, impossibilitado pelo tamanho e formato quadrado das placas de
acrílico preto, a ser usado como pingente da arquitetura, como são muitas obras
de arte que fazem parte da concepção arquitetônica de Brasília.
Abaixo, imagem da obra na exposição Escritexpográfica, janeiro-fevereiro de 2017, Galeria Vermelho, São Paulo.